Araçatuba antiga - Antenor Rosalino

Voltando o pensamento às memórias incrustadas ao longo da minha existência, revivo em sonhos, nitidamente, com uma nostalgia que enternece a alma, os primórdios do surgimento da minha cidade natal, e busco expressar a mais pura sentimentalidade latente no meu coração esmaecido pelas antigas lembranças da “Terra dos Araçás”, a minha querida Araçatuba.

Volvendo os olhos às fotos amareladas pelo tempo não posso conter a emoção advinda de tantos exemplos de trabalhado árduo dos fundadores visando o progresso que hoje, ostensivamente se apresenta com indescritível beleza e formosura.

Desde os mais remotos tempos da tímida estaçãozinha de trens, em que os entraves com os indígenas eram inevitáveis, passando pelas primeiras construções de casas, abertura de ruas, vielas e os locais destinados às praças, onde os passarinhos esvoaçantes sobejavam acrobacias e as flores eárvores balançavam na aragem, no meu imaginário balançavam, igualmente, os corações dos trabalhadores na esperança que faiscava em cada olhar.

E o progresso veio pouco a pouco traçando os rumos daquela que viria a ser a capital da noroeste do Estado de São Paulo. A sua história traz perfis de abundância, pois havia por aqui uma infinidade de pés de araçás, de cuja fruta a cidade herdou o nome Araçatuba.

O início das primeiras escolas, a igreja matriz, o comércio, os primeiros prédios públicos, são construtos que transmitem pureza de sentimentos nostálgicos sem iguais, e se eternizam na saudosa memória dos seus moradores.

Algumas curiosidades emolduram a história da cidade, como por exemplo, o fato de ter sido ponto de concentração da tropa noroestina do Movimento Constitucionalista, a corporação de bombeiros voluntários foi a primeira no Estado, liderou por algum tempo a plantação nacional algodoeira, foi também
pioneira em todo o interior paulista, a usufruir do benefício do asfalto, daí a razão de ser cognominada “Cidade do Asfalto”, além de outros cognomes dos quais fez jus, como “Capital do Boi Gordo” e “Cidade indicada para grandes investimentos”.

Não posso calar-me ou deter-me indiferente a uma observância de fina melancolia que invade o mais profundo do meu íntimo quando passo pelo localda antiga estação ferroviária de tantos encontros e desencontros, chegadas e despedidas que faziam os olhares marejarem de alegria ou de tristeza, e vejo o lugar transmudado numa eterna estação de imorredouras saudades.

*Antenor Rosalino é escritor e membro da Academia Araçatubense de Araçatuba

6 comentários:

  1. Respostas
    1. Gostaria de perguntar aos editores e responsáveis pela matéria, em epígrafe, a razão pela qual fora excluído meus comentários. Deste Jornal, que sempre prestigio! Li e reli para comentar com premente conhecimento do assunto da pauta.

      Antecipados agradecimentos

      Luiza De Marillac Bessa Luna Mcihel










      Excluir
  2. Senhores Administradores: Gostaria de me certificar, a razão pela qual meus dois comentários foram excluídos. Isso é uma profunda indelicadeza, para com os leitores, que se dão ao trabalho da leitura! Cordialmente Luiza De Marillac Bessa Luna Mcihel

    ResponderExcluir
  3. Senhor Hélio Consolaro: Grafei dois comentários, em seu Blog. Venho parabenizar aos magníficos trabalhos de sua autoria! Luiza

    ResponderExcluir
  4. LUIZA: este blog foi transformado em livro. Depois disso, raramente o visitei. Hoje, precisei de recorrer a um texto aqui quando vi seus comentários. Inseri-los. Desculpe a minha demora, apesar de justificável, houve o erro, embora involuntário.

    ResponderExcluir